Mais vistos

9 de fev. de 2012

A origem dos tipos de escalas


 E tem coisa que parece que ninguém criou, surgiram do nada, assim é a classificação de escalas ou classificação de variáveis (eu prefiro de escalas). Não foi fácil chegar ao seminal, mas enfim o fichamento de Stevens (1946).

 Os tipos de escalas propostos por Stevens (1946) são a nominal, a ordinal, a intervalar e a razão. Essa classificação foi proposta ao se observar que a classificação anterior de intensiva e extensiva já não era mais suficiente para explicar a diversidade de escalas que surgiam no campo da psicologia. A intenção de Stevens (1946) era de criar um conjunto de regras de mensuração vinculado a cada tipo de escala que explicitaria as aplicações de cada uma.

Escala nominal
 A escala nominal representa o uso mais descriterioso dos números, que servem apenas como títulos para os pontos da escala, e poderiam ser substituídos sem prejuízo por letras ou nomes. A única estatística permitida para esse grupo é a relativa a contagem dos casos.  Esse tipo é uma forma bastante primitiva de escala e naturalmente muitos não a atribuem a importância devida. Possui apenas uma única regra que é não designar números iguais para classes diferentes ou números diferentes para classes iguais.

Escala ordinal
 A escala ordinal surge da operacionalização do escalonamento gradual, tem como característica preservar a ordem dos pontos de forma invariável. Esse tipo de escala não admite o cálculo da média e do desvio padrão, seu uso revela apenas a posição relativa do objeto em uma escala gradual.
 Stevens (1946) justifica que o uso da média e do desvio padrão é imprudente pois os intervalos da escala não são equivalentes em tamanho. É possível, contudo, realizar cálculos de percentis, além da contagem e do conhecimento de posição dos casos na escala.

Escala intervalar
 O uso da escala intervalar é o que se denomina por Stevens (1946) pesquisa quantitativa. Quase todas as estatísticas são aplicáveis a esta forma de mensuração, o que lhe fornece certa limitação é a impossibilidade de se determinar o ponto zero verdadeiro, que é determinado por conveniência ou convenção.
 Exemplos desse tipo são as escalas de temperatura Centigrada e Fahrenheit, que atribuem ambas um valor zero a algum ponto arbitrário que não são correspondentes. As medidas de período de tempo também seguem essa lógica, como o calendário romano.

Escala de razão
 As escalas de razão são as mais comumente encontradas na física e são as únicas que possuem igualdade, ordenamento gradual, intervalos iguais e razão. Razão, segundo Stevens (1946) é a propriedade de conversão entre escalas diferentes que medem o mesmo objeto (pés e metro). O zero absoluto é sempre presente na escala, mesmo quando for abstrato.
 Stevens (1946) acredita que escala de razão seja o real significado para o uso coloquial da palavra escala, pois no dia a dia, todas as medidas (alimentos, litros, metros, velocidade...) são deste tipo, embora que elas ainda possam ser subdivididas entre fundamentais e derivadas. As primeiras correspondem as escalas básicas do universo como comprimento, peso, densidade, força e elasticidade. Já as derivadas são obtidas em função das fundamentais, mas nem por isso perdem suas propriedades de escala de razão.



 Stevens (1946) alerta que a escolha do tipo de escala é função da capacidade de mensuração utilizada, e isso não implica necessariamente em uma relação de qualidade. A mensuração é tão acurada quanto a capacidade do instrumento em captar os fragmentos empíricos. Qualquer escala, sensorial ou física, é sempre passível de tendenciosidades, baixa precisão ou outras restrições.